quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

VALE perde mais de R$200 bi de valor de mercado



VALE EM CRISE
Mineradora perde mais de R$200 bi de valor de mercado em 6 anos!






A Vale não passa por um bom momento na bolsa de valores brasileira. Em seis anos, a companhia viu sua capitalização passar de R$ 322 bilhões, montante recorde, para R$ 106 bilhões. A mineradora, que já foi a segunda maior empresa brasileira, está atrás agora de Ambev, Itaú, Bradesco e Petrobras.

Uma das mais racistas empresas do país, sem contar com quase nenhum médio ou alto executivo negro em seus quadros, o ambiente interno dessa empresa sempre foi hostil, poluído. A privatização não amenizou seus conflitos internos e agora apresenta o preocupante e não discutido caso do calote a seus fornecedores, desde fevereiro 2014. Suas operações no Pará são um desafio ambiental e a lógico de mercado proposta por Keynes: mesmo com a forte queda de preço do mineiro de ferro, seus projetos de expansão, continuam a todo vapor, prometendo num horizonte de médio prazo, maior oferta do minério. Desfaz de ativos importantes para manter os dividendos dos acionistas desde que virou uma “empresa de bolsa”, na gestão fake de Roger Agnelli.




Em 2014, as ações preferências da Vale (VALE5) acumulam queda de 38,3%. Em 2013, caíram 15,2%. O valor de mercado da mineradora equivale a 0,6 do valor patrimonial. Isso significa que se a Vale fosse fechada e seus bens vendidos, os acionistas ganhariam mais dinheiro do que a mantendo em operação. 


Em 2008, a Vale era a segunda maior empresa do Brasil em valor de mercado, atrás apenas da Petrobras. Hoje é a quinta. Estão à sua frente a cervejaria Ambev, os bancos Itaú e Bradesco e a Petrobras. Entre os fatores que explicam a desvalorização da Vale, está o fim do superciclo de commodities. O minério de ferro, principal matéria-prima da Vale, está cotado abaixo dos US$ 70. Em seu auge, a commodity esteve perto de US$200. 

Neste ano, o minério de ferro acumula queda de quase 50%. A desaceleração da China e o excesso de oferta da commodity combinada à diminuição na demanda fizeram com que os preços alcançassem a mínima de mais de cinco anos. “Temos de estar focados em disciplina, alocação de capital e austeridade para obter resultados em qualquer situação”, afirmou recentemente o presidente da Vale, Murilo Ferreira. 

O executivo tem afirmado que a empresa se preparou nos últimos anos para enfrentar o que ele chama de “momento menos exuberante” na mineração. Uma das estratégias, desde que Ferreira assumiu, tem sido cortar custos. Os gastos gerais administrativos da Vale, por exemplo, passaram de US$ 2,3 bilhões, em 2011, para US$ 900 milhões, estimados para o fim de 2014. Os gastos com pesquisa e desenvolvimento também tiveram uma queda: de US$ 1,7 bilhão para US$ 800 milhões, no mesmo período. 

Os investimentos da mineradora brasileira também serão menores ao longo dos próximos anos. Em 2011, por exemplo, a Vale investiu US$ 16,3 bilhões. Neste ano, a estimativa é de US$ 12 bilhões. Em 2019, a estimativa é de investir US$ 4,9 bilhões. As informações são da revista Istoé Dinheiro.


O NOVO CODIGO DA MINERAÇÃO
Governo pretende aprovar novo Código de Mineração em 2015, diz Lobão

O ministro de Minas e Energia (MME), Edison Lobão, afirmou que o governo espera aprovar o novo Código de Mineração no ano que vem. A declaração foi feita hoje (23) durante entrevista com jornalistas em Brasília (DF). Lobão confirmou que deixará o ministério e retomará ao Senado no início de 2015.



Segundo o ministro, sua passagem pelo MME terá a frustração de não ter refeito o marco regulatório do setor mineral. A medida tem a previsão de aumentar o pagamento de royalties da extração de minério, mas acabou não votada, segundo Lobão, por pressão das empresas. "Todos reclamam. É da natureza humana. Mas a pergunta é: estão fora do setor ou dentro dele? Quando vamos ver os leilões, sempre há interesse", disse. 

O Congresso Nacional entra em recesso nesta terça-feira, permanecendo sem atividades até fevereiro do ano que vem, adiando a votação de vários projetos para 2015. Entre eles, está o projeto de lei que propõe o novo marco regulatório para o setor de mineração. A proposta original foi apresentada na forma de Projeto de Lei pelo poder executivo em meados de junho de 2013. 

O PL inclui a atualização do Código de Mineração, a criação da agência Nacional de Mineração (ANM) e a formação do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM). O atual Código de Mineração (Decreto-Lei 227/67) foi publicado durante o regime militar. Para atualizá-lo, o governo federal enviou ao Congresso Nacional uma nova proposta (PL 5807/13), que se juntou a outros seis projetos de lei (PL 37/11 e apensados) sobre o assunto que já tramitavam na Câmara dos Deputados desde 2011. Durante a entrevista, Lobão anunciou que deixará o cargo no próximo dia 1º de janeiro com a certeza de que o Brasil não passará por um racionamento. 

“Não tivemos e não teremos racionamento, temos energia sobrando”, disse. Segundo o ministro, o Brasil deve terminar 2014 com expansão de 7 mil megawatts (MW) em seu parque de geração de eletricidade, acima dos 6 mil MW previstos. Lobão afirmou que a decisão de não fazer nenhum tipo de racionamento ou campanha de racionalização de energia diante da crise do setor neste ano foi tomada com base em decisões de técnicos do governo, que não viam risco de colapso do sistema, apesar de recomendações de técnico do setor para isso. Ele não considera que o sistema de bandeiras, que vai vigorar a partir de 2015, seja um processo de racionalização. De acordo com o ministro, o custo a mais de energia pago pelos consumidores neste ano seria quase o dobro se o governo não tivesse tomado as medidas para reduzir o preço da energia em 2012. 

Para ele, o custo maior é melhor do que ficar sem energia. "Não se pode é não ter [energia]. O custo é lamentável, mas não ter é pior", disse Lobão.
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Edison Lobão, ex- ministro de Minas e Energia. Agência Brasil
Com informações das agências Bloomberg, Reuters e Folhapress