segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Mineração e ambiente hídrico local



O RIO PARAUAPEBAS
PREOCUPA E EXIGE ESTUDOS












 Estive com o Superintendente da CPRM, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, Jânio Souza Nascimento, discutindo a baixa vazão do Rio Parauapebas e solicitando uma visita técnica de seus técnicos em hidrografia para que possam estar acompanhando os motivos dessa baixa, nesta visita poderá ser identificado se o motivo principal é climático devido a seca histórica que está ocorrendo neste momento ou se é devido a captação de água das mineradoras e também da erosão e extração mineral em seu leito, os resultados desta análise são imprescindíveis para que possamos encontrar uma solução e até mesmo para que se possa avaliar a outorga das captações que ocorrem atualmente no Rio Parauapebas e em sua bacia,  essa é uma ação afim de evitar o racionamento de água no município – Flávio, secretário SEMMECT.

CATASTROFE!
A busca do jovem secretario de mineração, Flávio Veras e sua equipe fundamenta-se nos quesitos responsabilidade, visão de futuro, planejamento e segurança hídrica. A responsabilidade é estabelecer as causas de tamanha mudança no rio. Há uns dois anos, Flavio esteve quase o dia todo junto ao rio e seus ribeirinhos, verificando as drásticas mudanças ocorridas.

Não podemos culpabilizar ninguém, mesmo porque não sabemos de nada. Especula-se diversas fatores. Cerca de três anos atrás, quando da CPI da VALE, fornecemos ao vereador Charles, procedimentos de investigação para chegarmos as causas da baixa vazão e mesmo interrupção de curso do Rio Parauapebas, nossa maior fonte de abastecimento de água. Não foi à frente.

Recentemente estivemos discutindo com o Sr. Marielson, presidente da Associação Brasileira de Acadêmicos Ambientalistas, as possíveis causas para a preocupante seca do nosso rio. Com equipamentos e princípios científicos eles estudaram o microclima da região e discutimos a utilização de radar e outros equipamentos para a busca de leito, verificação da ocorrência de possíveis falhas na estrutura da calha d rio. Será feito.

A vinda dos técnicos solicitados pelo secretário Flávio Veras, define nosso comportamento conquanto cidade: será um laudo oficial, apartir do qual poderemos nos preparar para o pior.

Construção da represa
Não podemos mais ficar esperando chuvas. Precisamos nos antecipar, o planejamento e a locação de recursos para a construção de uma represa precisam ser iniciados. Temos que melhorar a questão da educação hídrica, trabalho que a ABRAA se dispõe a fazer, logo iniciarão seu programa. 

O fato é que ficamos anos sem movimento no sentido de intervirmos nos destinos da cidade e suas limitações em relação ao poderio das mineradoras. Não estamos mais. Uma secretaria de mineração na estrutura de poder local é fundamental para que politicas especificas de mineração sejam discutidas, estudadas, encontrado parceiras e implementadas soluções. 

As licenças ambientais da mineração tem condicionantes justamente para mitigar seus terríveis rastros e problemas. Mitigar, não resolver.

Mas são desafios que acreditamos todos os envolvidos tenham interesse em resolver. Bola prá frente.

E parabéns ao jovem Flávio e sua equipe. E ao prefeito Darci por estar definindo uma política clara e de iguais com as mineradoras.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Pois é, o preço



A cocaína fode ainda mais o cérebro de usuários menores de 18 anos
Estudo feito por pesquisadores da USP mostra que quem começa a usar a droga na adolescência pode ter problemas de memória e atenção mais intensos.


Out 19 2017, 3:52pm

Crédito: Zxc/Wikimedia Commons


Você já deve ter escutado alguém dizer pelo menos umas duas vezes que drogas podem te foder. Se não foi o leão do Proerd que veio com esse papo, provavelmente alguém com algum jeitão de autoridade. Mas a verdade é: algumas delas realmente vão te foder, em especial se você ainda for menor de idade.

Segundo um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FM-USP), e publicada na edição de outubro da revista Addictive Behaviors, foi constatado que as deficiências em usuários de cocaína que iniciaram o consumo ainda na adolescência são mais severas do que em pessoas que começaram a usar a droga já na fase adulta.

Segundo explicou uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, a neuropsicóloga Bruna Mayara Lopes, isto acontece pois a adolescência é um dos períodos em que acontecem as podas neuronais, ou podas sinápticas, quando neurônios que não estão sendo utilizados são eliminados.

"Esses dados que encontramos confirmam o que imaginávamos: pessoas que começaram mais cedo o uso de cocaína iriam apresentar maiores dificuldades cognitivas justamente porque na adolescência ainda estão acontecendo muitas mudanças no cérebro", observou a pesquisadora.

"Outro dado relevante que percebemos em nossa pesquisa é que quem começou a usar cocaína mais cedo apresenta um uso mais agudo de maconha e álcool", destacou a pesquisadora. Ela salienta que por este motivo é necessário um maior esforço de prevenção contra o uso precoce de drogas. Atualmente o Brasil está entre os países com maior uso de cocaína no mundo.

Para a realização do estudo, "foi feita uma avaliação neuropsicológica em que foram aplicados vários testes que avaliaram aspectos como memória e atenção dos pacientes, com duração de duas horas."

Na bateria de testes foram avaliadas a "memória de trabalho" (capacidade de sustentar um número de informações para executar tarefas), "memória declarativa" (lembrar uma determinada informação depois de um determinado período de tempo) e "atenção sustentada", aquela em que é necessário manter a atenção continuamente em uma tarefa.

Nesses testes, o grupo que começou a consumir a droga antes de completar 18 anos apresentou resultados piores do que o grupo que iniciou o uso tardiamente. A pesquisa avaliou 103 dependentes químicos com idades entre 20 e 35 anos. Destes, 52 começaram a consumir a droga de maneira precoce, em média, aos 15 anos. Sendo que o participante a ter seu contato com a droga mais jovem foi aos 12.

Segundo observou a pesquisadora, o único teste em que o grupo de usuários tardios (composto por 51 pessoas) apresentou resultados piores foi o de "atenção dividida", a capacidade de fazer duas coisas ao mesmo tempo.

Esta não é a primeira pesquisa a apontar que o início do consumo de drogas na adolescência é mais prejudicial do que na fase adulta. Uma pesquisa realizada na Unifesp e publicada no The British Journal of Psychiatry em 2011 apontou que o uso de maconha antes dos 15 anos pode reduzir a memória dos usuários em até 30%. A pesquisa é considerada um dos marcos iniciais para a realização do estudo recentemente publicado.

"Agora os próximos passos são comparar e a analisar as neuroimagens que foram feitas durante esse processo", concluiu a pesquisadora.
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terça-feira, 26 de setembro de 2017

IA, o que será dos homens?



Até os hackers perderão seus empregos para a inteligência artificial

Set 25 2017, 1:17pm
Num futuro não muito distante, seu antivírus provavelmente vai ser mais inteligente do que você.





A internet não é um lugar tão bonito quanto os anúncios de bancos online nos dizem. Com dois ou três cliques em falso, você acaba baixando e executando um arquivo que não deveria. Pode ter suas informações bancárias roubadas, seus arquivos trancafiados por ransomware ou abrir as portas da sua rede pra alguém só querendo dar uma aloprada.

O ano de 2017, até agora, não foi tranquilo para quem trabalha com segurança da informação. Em maio, tivemos o ataque com o ransomware WannaCry que infectou computadores ao redor do mundo. Poucos meses depois, quando a poeira tinha baixado, veio mais um grande ataque Trancafiando sistemas atrás de chaves criptográficas praticamente impossíveis de ser decifradas, o surto de infecções do Petya abalou junho e deixou um alerta vermelho no ar. Será que dá para piorar?

Apesar do clima de preocupação rondando a internet o tempo todo, Stuart McClure — autor do livro Hackers Expostos e CEO da Cylance — está tranquilo. Em sua apresentação durante o Mind The Sec, evento de segurança da informação voltado para o pessoal responsável pela tomada de decisão nas empresas e governo, em São Paulo, McClure defendeu que, com a aplicação de Machine Learning nas defesas virtuais, a vida está começando a ficar bem mais fácil e segura.

Ainda em 2016, bem antes desses dois grandes ataques, as empresas apostavam no aumento da complexidade e no crescimento de casos com ransomware. Paralelamente, de forma um pouco mais discreta, a discussão sobre o aumento do uso da inteligência artificial para proteger sistemas ganhava força chamando menos atenção do que suas outras aplicações mais tradicionais da IA, como o mercado publicitário ou mais engraçadinhas como visitas guiadas a museus.

Embora as pesquisas neste campo sejam realizadas há algum tempo, o debate a respeito de sua aplicação à segurança só começou a esquentar nos últimos dois anos, quando resultados mais sólidos começaram a aparecer e a ganhar espaço no noticiário. Hoje, empresas tradicionais como Kaspersky, Symantec e IBM também estão oferecendo esta proteção feita por robôs.

McClure explica que, apesar da nova aplicação, a tecnologia é a mesma utilizada há décadas e se assemelha em muito aos algoritmos de empresas como Google e Facebook para oferecer publicidade. "Estamos em um ponto inédito: é a primeira vez que as equipes de segurança estão na frente dos caras maus", afirma.

Apesar do otimismo, ele destaca que ainda estamos bastante longe de chegar ao estágio ideal desta tecnologia. O desenvolvimento das inteligências artificiais, segundo McClure, podem ser divididos em cinco gerações

Nos primeiros estágios, as máquinas ainda dependiam muito da intervenção humana para funcionar corretamente e estavam muito sujeitas a erros e falsos positivos. Ele afirma que atualmente as IAs mais avançadas estão nos primeiros momentos da terceira geração. "Estamos caminhando para o desenvolvimento de uma inteligência artificial mais generalista (General Intelligence AI)", diz. "O que nós temos hoje é uma inteligência artificial limitada (Narrow Intelligence AI), pegamos algo, a treinamos e ela consegue reconhecer o padrão daquela coisa."


 Tabela demonstrativa das gerações de inteligência artificial. Atualmente, são dados os primeiros passos da terceira geração. Ainda estamos a pelo menos cinco anos de ver a quinta geração em funcionamento. Crédito: Cylance

Um exemplo dessa inteligência artificial limitada são aplicações de identificação imagens que temos na internet, disponíveis desde antes de 2015. "No caso das IA generalistas, elas não apenas aprendem sozinhas, como também conseguem explicar as razões daquilo que aprenderam. Então acreditamos que a aplicação de IA na segurança passará por isso", diz. "Sinto que ainda estamos distantes disso, no mínimo uns 5 anos." 

Apesar da aparente vantagem, McClure reconhece que a corrida armamentista no mercado de segurança da informação pode mudar o cenário atual em poucos anos. O raciocínio é simples: se inteligência artificial pode ser utilizada para proteger, ela também pode ser facilmente utilizada para atacar.

Diante deste quadro ele adota um tom tranquilizador. "Com certeza não veremos nada deste tipo nos próximos três anos. A partir daí consigo ver pessoas começando a impactar a nossa habilidade de pegá- los." 

Ele explica que muito provavelmente quem vai aparecer atacando com IAs são os grandes atores de sempre. "Governos como Estados Unidos, que são muito bons nisso, França, a China e o crime organizado, a máfia russa, por exemplo. Qualquer um desses pode oferecer um desafio real."

Para ele, com o crescimento de complexidade, vamos começar a ver novos malware que utilizam técnicas antigas de maneiras bem mais agressivas. Uma dessas técnicas é a de escrever malwares polimórficos — que a cada execução têm seu código reescrito, de forma a aumentar muito sua detecção por sistemas de segurança. "Se eu tivesse que escrever uma arma contra a proteção oferecida pela inteligência artificial, seria um malware polimórfico baseado em inteligência artificial. Isso causaria uma dor de cabeça imensa, pois se você não pegar a primeira entrada, a primeira execução deste malware, pegá-lo depois seria incrivelmente difícil."

As baixas da corrida armamentista digital
Como já falamos aqui em mais de uma ocasião, a automatização já começou a substituir trabalhadores humanos por robôs que fazem o trabalho de uma forma mais barata, mais rápida e com menores chances de enganos. Se o processo começou ainda na segunda metade do século XX, em fábricas onde o trabalho manual e repetitivo deu lugar a braços robôs, hoje a substituição começa a acontecer em outro nível e atingir áreas que não imaginávamos ser possível ter um robô trabalhando, como transportes e cargos de gerência.

Há alguns anos, motoristas profissionais começaram a vislumbrar a possibilidade de serem substituídos, em um futuro não muito distante, por carros autônomos. Hoje são os hackers que começam a ver esta possibilidade se desenhar no horizonte. 

Para McClure, porém, o horizonte dos hackers não é tão sombrio assim — pelo menos não em um futuro próximo — pois, como aponta, existe uma "escassez de talentos em cibersegurança". Segundo ele, uma das perguntas mais comuns feitas a ele por pessoas que estão começando a empregar robôs na segurança é o que fazer com os profissionais que a inteligência artificial vai ser capaz de substituir.

Apesar de defender as vantagens dessas máquinas, McClure lembra que estes sistemas não são o que é chamado na computação de "bala de prata" — ou seja, não solucionam todos os problemas. "Nossa instrução nesses casos é empregar essas pessoas para proteger o 0,1% que esta tecnologia não cobriria, esses especialistas teriam que correr atrás de um número bem reduzido de ocorrências e com isso ir atrás de resolver as coisas realmente difíceis: os ataques vindo de outros países, ataques feitos utilizando outras inteligências artificiais e coisas do gênero."