segunda-feira, 21 de abril de 2014

RECURSOS DO PLANETA E MINERAÇÃO

COMO EMPRESAS COMO A VALE ENTENDEM SUA AÇÃO PREDATÓRIA

Este texto faz parte do meu livro VALE E A FLORESTA, sendo produzido ao longo dos últimos 15 anos. É quase uma continuidade ao Arvore da Vida, mas aqui tratamos de logística, de comercio exterior, de commodities e como se dão as trocas entre Asia e Américas. Será lançado mundialmente e temos pesquisa de muitos anos, por dentro.


Quarta empresa mais valiosa da America Latina, segunda maior empresa do Brasil, atrás apenas da Petrobras, dona dos maiores ativos de ferro do mundo e prestes a inaugurar a maior exploração deste mineral em todo o planeta e com os preços e margens em expansão, a VALE tem uma situação confortável para seus proprietários, investidores, governo e tudo o mais. Tudo o mais?
Suas ações na  Bolsa de Nova York produz mais de 100 milhões de dólares diariamente. Num contexto em que  a NYSE e Euronext, bolsa que opera nesta cidade, movimenta 200 bilhões de dólares por dia, mais de 60 vezes o movimento da BOVESPA dia, não é grande coisa os 100 milhões  de dólares dia, resultado das ações da VALE nesta praça.


Relacionamento com Comunidades


A mineração traz muitos benefícios para a região em que está inserida, como a geração de empregos, o aumento da massa salarial e da renda familiar e a maior arrecadação de impostos. A Vale considera ainda que nosso maior desafio é identificar as oportunidades e deixar um legado positivo de sustentabilidade nas regiões onde atuamos.

Ações integradas promovem desenvolvimento
Desenvolvemos programas, ações e projetos que potencializam os resultados positivos de nossa presença. A estratégia é atuar de forma integrada com os governos e a sociedade, estimulando a aplicação de impostos em infraestrutura, qualificação de trabalhadores e fornecedores e em diversificação econômica da região.
Dessa forma, contribuímos para o desenvolvimento local em médio e longo prazos. Nosso trabalho com as comunidades ajuda a fazer com que esse modelo permaneça mesmo no fim de nossas operações.

Relacionamento com Governos
Imagem de Página
Conteúdo da Página
“Nosso relacionamento é pautado em transparência e confiança.”
O aprimoramento de nossa capacidade de ouvir os diferentes públicos e também de expor a forma como gerimos nossos negócios é um desafio permanente. Mantemos relacionamento com os governos e a sociedade civil por meio da participação em entidades e a produção de diagnósticos socioeconômicos.



 AÇÕES INTEGRADAS  E MERCADO FINANCEIRO LOCAL
Não seria importante um trader local ou uma bolsa em Belém ou São Luis alavancadas pelas ações da VALE, PETROBRAS  e outras gigantes que exploram nosso solo e levam de graça as riquezas florestais e vegetais para toa distantes terras? Podemos pensar que não há distancias mais com todo o aparato tecnológico que temos. Compramos ações no mundo inteiro pela internet e não precisa da presença física de nenhum corretor, prédio, instalações.  Porque será então que estas cidades onde as bolsas se localizam não abrem mao da presença física das mesmas. Se temos internet e é tão moderna  a compra e venda pela rede, não será problema termos subsedes das grandes bolsas na região.

MERCADO FINANCEIRO
Diante deste quadro, voltamos nossa atenção para o mercado financeiro local. Sabe-se das enormes filas nas casas bancarias de Parauapebas e região. Porque não temos bancos ou atendimento suficiente localmente? Seria mera coincidência, desinteresse dos bancões ou propósito?  Estas empresas têm sólidos estudos de cada mercado onde se localizam, não estão em Parauapebas por fortes motivos geoeconômicos. Explico: um mercado financeiro ativo localmente atrairia muitos interesses para áreas tão devastadas e isoladas. A visão da produção local, incluídos tantos sacrifícios, desvalorizam o preço das ações ou o interesse  pelos resultados. Não temos matadouros dentro das grandes cidades, como não temos um mercado ativo próximo as mineradoras. Dos 100 milhões de dólares diários, apenas na bolsa de Nova York, quanto ficam  em impostos para aquela cidade?  Quantos visitantes e interessados em VALE acorrem diariamente a Nova York, São Paulo, Madri, Tóquio, Londres para negociar seus papeis? Porque este publico altamente qualificado e milionário não poderiam vir a Belém, São Luis ou Parauapebas para visitar a subsede da Bolsa e o mercado financeiro local que  seriam uma entreposto financeiro, onde as trocas seriam feitas baseadas no movimento e cotações internacionais, como ocorrem naturalmente. Os ganhos seriam aproximar o financeiro da produção propriamente dito. Um sistema de captação local, com escolas, novos bancos, traders e insiders e toda uma perspectiva locais, trariam para a região um novo patamar de desenvolvimento. Nem apenas e tanto  pelo aspecto financeiro em si, mas levando em conta as novas possibilidades de negocios, de desenvolvimento, de captação de recursos e nova visibilidade que esta região teriam.
Se analisarmos meramente pelo aspecto  das  colossais perdas biológicas, já estaríamos ganhando. Diariamente, centenas de espécies vegetais são dizimadas. Nem  ao menos temos tempo para conhecê-las. São trocadas  por dólares, que jamais vão repor este estoque de novos medicamentos, novos alimentos e com sua capacidade de  renovação. O minério vai e nunca, nunca mais retorna. Não estamos fazendo sequer uma troca justa.
Sob  o aspecto da arqueologia e antropologia. Trata-se de imenso sitio milenar. Diversas civilizações viveram nesta região.  Centenas de sítios preciosos, com informações milenares são destruídos diariamente na região, sem ao menos ter tempo de serem mapeados. São destruídos para tirar o minério debaixo e também nunca mais teremos acesso as marcas deixadas pelas tribos e povos já desaparecidos. As tribos remanescentes da exploração desenfreada dos recursos minerais já pagaram ou ainda pagam um elevado preço por serem proprietárias da terra e ainda partilhar de sua destruição. Poderão voltar para as áreas já mineradas.  Como esta a cobertura vegetal  e qual a qualidade destas áreas, pelo menos as áreas mineradas e exauridas há dez anos? Serve como habitat para seres humanos e animais. Como é a qualidade de sua cobertura vegetal. As espécies nobres, renasceram?
Sob o aspecto  biológico, relativos a insetos, microorganismos, vermes, animais, aves e outros bichos.  A destruição do seu meio natural os expulsa definitivamente da região. Os bichos de rápido deslocamento se salvam, hibernando em outras matas próximas, lutando com seus moradores por novo espaço. Mas os microorganismos, talvez  com sua estrutura molecular baseados em arsênio, grafeno e outros materiais, diversos da nossa base biológica ou da base biologia conhecida, sobrevivendo há milhões de anos são dizimados em segundos, diariamente e nunca vamos saber que existiram. Há engenheiros da VALE na NASA e há engenheiros da NASA estudando o ambiente de Carajás, as escavações da mina. O ambiente é semelhante ao do planeta MARTE. Ou outros mundos e asteróides oxidados pela presença maciça do ferro ou minerais correlatos aos encontrados me área da canga. Os pássaros,  os animais de pequeno porte, os de médio portes. Por mais cuidados que sejam tomados, por melhor atuação dos grupos de captura e estudos, eles se vão para sempre. Como o minério extraído, se vão para sempre.
O minério de ferro nunca ocorre isolado. Sempre ele é agregado a materiais semelhantes, ouro, urânio, platina, cobre.  Qual o percentual destes outros minerais  é extraído diariamente em Carajás? Quem controla  esta extração  e se, em volume a considerar, para onde vai? Precisamos saber, porque, se há urânio, é material estratégico e o governo brasileiro estaria falhando, dando mostras internacionais que não sabe controlar os recursos da floresta.
Como é controlado o ambiente da mina de ferro, então a maior do mundo? Após as detonações, como fica o ar no em torno da mina e principalmente em Carajás, Parauapebas e arredores? Qual o diâmetro das particulas resultantes da mineração e qual o impacto para a saúde publica das cidades próximas? Possuem contaminantes? Nunca vi estudos sobre esta questão e se não há, precisamos procurar informações e realizá-los o mais rápido possível, a cada  dia que passa, mais e mais pessoas se aproximam das minas no interior do Para. Seriam as doenças endêmicas da região, como hanseníase, infecção de ouvido, pneumonias resultantes dessa atividade  econômica, triplamente nociva ao ambiente planetário. Mas não se trata de apenas relacionar os males e defender o minério no solo. Não somos malucos de simplesmente  sermos contra a atividade mineral, uma das mais rentáveis do planeta. Onde o capitalismo encontra sua melhor capacidade de produção e  retorno. Justamente por ser tão rentável.