Este texto faz parte do meu livro VALE E A FLORESTA, sendo produzido ao longo dos últimos 15 anos. É quase uma continuidade ao Arvore da Vida, mas aqui tratamos de logística, de comercio exterior, de commodities e como se dão as trocas entre Asia e Américas. Será lançado mundialmente e temos pesquisa de muitos anos, por dentro.
Quarta empresa mais valiosa da
America Latina, segunda maior empresa do Brasil, atrás apenas da Petrobras,
dona dos maiores ativos de ferro do mundo e prestes a inaugurar a maior
exploração deste mineral em todo o planeta e com os preços e margens em
expansão, a VALE tem uma situação confortável para seus proprietários, investidores,
governo e tudo o mais. Tudo o mais?
Suas ações na Bolsa de Nova York produz mais de 100 milhões
de dólares diariamente. Num contexto em que
a NYSE e Euronext, bolsa que opera nesta cidade, movimenta 200 bilhões
de dólares por dia, mais de 60 vezes o movimento da BOVESPA dia, não é grande
coisa os 100 milhões de dólares dia,
resultado das ações da VALE nesta praça.
Relacionamento
com Comunidades
A mineração traz muitos benefícios para a região em
que está inserida, como a geração de empregos, o aumento da massa salarial e da
renda familiar e a maior arrecadação de impostos. A Vale considera ainda que
nosso maior desafio é identificar as oportunidades e deixar um legado positivo
de sustentabilidade nas regiões onde atuamos.
Ações integradas promovem
desenvolvimento
Desenvolvemos programas, ações e projetos que
potencializam os resultados positivos de nossa presença. A estratégia é atuar
de forma integrada com os governos e a sociedade, estimulando a aplicação de
impostos em infraestrutura, qualificação de trabalhadores e fornecedores e em
diversificação econômica da região.
Dessa forma, contribuímos para o desenvolvimento
local em médio e longo prazos. Nosso trabalho com as comunidades ajuda a fazer com
que esse modelo permaneça mesmo no fim de nossas operações.
Relacionamento
com Governos
“Nosso relacionamento é pautado
em transparência e confiança.”
O aprimoramento de nossa capacidade de ouvir os
diferentes públicos e também de expor a forma como gerimos nossos negócios é um
desafio permanente. Mantemos relacionamento com os governos e a sociedade civil
por meio da participação em entidades e a produção de diagnósticos
socioeconômicos.
Não seria importante um trader
local ou uma bolsa em Belém ou São Luis alavancadas pelas ações da VALE,
PETROBRAS e outras gigantes que exploram
nosso solo e levam de graça as riquezas florestais e vegetais para toa
distantes terras? Podemos pensar que não há distancias mais com todo o aparato
tecnológico que temos. Compramos ações no mundo inteiro pela internet e não
precisa da presença física de nenhum corretor, prédio, instalações. Porque será então que estas cidades onde as
bolsas se localizam não abrem mao da presença física das mesmas. Se temos
internet e é tão moderna a compra e
venda pela rede, não será problema termos subsedes das grandes bolsas na
região.
MERCADO
FINANCEIRO
Diante deste quadro, voltamos
nossa atenção para o mercado financeiro local. Sabe-se das enormes filas nas
casas bancarias de Parauapebas e região. Porque não temos bancos ou atendimento
suficiente localmente? Seria mera coincidência, desinteresse dos bancões ou
propósito? Estas empresas têm sólidos
estudos de cada mercado onde se localizam, não estão em Parauapebas por fortes
motivos geoeconômicos. Explico: um mercado financeiro ativo localmente atrairia
muitos interesses para áreas tão devastadas e isoladas. A visão da produção
local, incluídos tantos sacrifícios, desvalorizam o preço das ações ou o
interesse pelos resultados. Não temos
matadouros dentro das grandes cidades, como não temos um mercado ativo próximo
as mineradoras. Dos 100 milhões de dólares diários, apenas na bolsa de Nova
York, quanto ficam em impostos para
aquela cidade? Quantos visitantes e
interessados em VALE acorrem diariamente a Nova York, São Paulo, Madri, Tóquio,
Londres para negociar seus papeis? Porque este publico altamente qualificado e
milionário não poderiam vir a Belém, São Luis ou Parauapebas para visitar a
subsede da Bolsa e o mercado financeiro local que seriam uma entreposto financeiro, onde as
trocas seriam feitas baseadas no movimento e cotações internacionais, como
ocorrem naturalmente. Os ganhos seriam aproximar o financeiro da produção
propriamente dito. Um sistema de captação local, com escolas, novos bancos,
traders e insiders e toda uma perspectiva locais, trariam para a região um novo
patamar de desenvolvimento. Nem apenas e tanto
pelo aspecto financeiro em si, mas levando em conta as novas
possibilidades de negocios, de desenvolvimento, de captação de recursos e nova
visibilidade que esta região teriam.
Se analisarmos meramente pelo
aspecto das colossais perdas biológicas, já estaríamos
ganhando. Diariamente, centenas de espécies vegetais são dizimadas. Nem ao menos temos tempo para conhecê-las. São
trocadas por dólares, que jamais vão
repor este estoque de novos medicamentos, novos alimentos e com sua capacidade
de renovação. O minério vai e nunca, nunca
mais retorna. Não estamos fazendo sequer uma troca justa.
Sob o aspecto da arqueologia e antropologia.
Trata-se de imenso sitio milenar. Diversas civilizações viveram nesta
região. Centenas de sítios preciosos,
com informações milenares são destruídos diariamente na região, sem ao menos
ter tempo de serem mapeados. São destruídos para tirar o minério debaixo e
também nunca mais teremos acesso as marcas deixadas pelas tribos e povos já
desaparecidos. As tribos remanescentes da exploração desenfreada dos recursos
minerais já pagaram ou ainda pagam um elevado preço por serem proprietárias da
terra e ainda partilhar de sua destruição. Poderão voltar para as áreas já
mineradas. Como esta a cobertura
vegetal e qual a qualidade destas áreas,
pelo menos as áreas mineradas e exauridas há dez anos? Serve como habitat para
seres humanos e animais. Como é a qualidade de sua cobertura vegetal. As
espécies nobres, renasceram?
Sob o aspecto biológico, relativos a insetos,
microorganismos, vermes, animais, aves e outros bichos. A destruição do seu meio natural os expulsa
definitivamente da região. Os bichos de rápido deslocamento se salvam,
hibernando em outras matas próximas, lutando com seus moradores por novo
espaço. Mas os microorganismos, talvez
com sua estrutura molecular baseados em arsênio, grafeno e outros
materiais, diversos da nossa base biológica ou da base biologia conhecida,
sobrevivendo há milhões de anos são dizimados em segundos, diariamente e nunca
vamos saber que existiram. Há engenheiros da VALE na NASA e há engenheiros da
NASA estudando o ambiente de Carajás, as escavações da mina. O ambiente é
semelhante ao do planeta MARTE. Ou outros mundos e asteróides oxidados pela
presença maciça do ferro ou minerais correlatos aos encontrados me área da
canga. Os pássaros, os animais de
pequeno porte, os de médio portes. Por mais cuidados que sejam tomados, por
melhor atuação dos grupos de captura e estudos, eles se vão para sempre. Como o
minério extraído, se vão para sempre.
O minério de ferro nunca ocorre
isolado. Sempre ele é agregado a materiais semelhantes, ouro, urânio, platina,
cobre. Qual o percentual destes outros minerais
é extraído diariamente em Carajás? Quem
controla esta extração e se, em volume a considerar, para onde vai?
Precisamos saber, porque, se há urânio, é material estratégico e o governo
brasileiro estaria falhando, dando mostras internacionais que não sabe
controlar os recursos da floresta.
Como é controlado o ambiente da
mina de ferro, então a maior do mundo? Após as detonações, como fica o ar no em
torno da mina e principalmente em Carajás, Parauapebas e arredores? Qual o
diâmetro das particulas resultantes da mineração e qual o impacto para a saúde
publica das cidades próximas? Possuem contaminantes? Nunca vi estudos sobre
esta questão e se não há, precisamos procurar informações e realizá-los o mais
rápido possível, a cada dia que passa,
mais e mais pessoas se aproximam das minas no interior do Para. Seriam as
doenças endêmicas da região, como hanseníase, infecção de ouvido, pneumonias
resultantes dessa atividade econômica,
triplamente nociva ao ambiente planetário. Mas não se trata de apenas relacionar
os males e defender o minério no solo. Não somos malucos de simplesmente sermos contra a atividade mineral, uma das
mais rentáveis do planeta. Onde o capitalismo encontra sua melhor capacidade de
produção e retorno. Justamente por ser
tão rentável.
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