VALE EM
CRISE
Mineradora perde mais de R$200 bi de valor de
mercado em 6 anos!
A Vale não passa por um bom
momento na bolsa de valores brasileira. Em seis anos, a companhia viu sua capitalização
passar de R$ 322 bilhões, montante recorde, para R$ 106 bilhões. A mineradora,
que já foi a segunda maior empresa brasileira, está atrás agora de Ambev, Itaú,
Bradesco e Petrobras.
Uma das mais racistas empresas do
país, sem contar com quase nenhum médio ou alto executivo negro em seus quadros,
o ambiente interno dessa empresa sempre foi hostil, poluído. A privatização não
amenizou seus conflitos internos e agora apresenta o preocupante e não discutido
caso do calote a seus fornecedores, desde fevereiro 2014. Suas operações no
Pará são um desafio ambiental e a lógico de mercado proposta por Keynes: mesmo
com a forte queda de preço do mineiro de ferro, seus projetos de expansão, continuam
a todo vapor, prometendo num horizonte de médio prazo, maior oferta do minério.
Desfaz de ativos importantes para manter os dividendos dos acionistas desde que
virou uma “empresa de bolsa”, na gestão fake de Roger Agnelli.
Em 2014, as ações preferências da Vale (VALE5)
acumulam queda de 38,3%. Em 2013, caíram 15,2%. O valor de mercado da
mineradora equivale a 0,6 do valor patrimonial. Isso significa que se a Vale
fosse fechada e seus bens vendidos, os acionistas ganhariam mais dinheiro do
que a mantendo em operação.
Em 2008, a Vale era a segunda maior empresa do
Brasil em valor de mercado, atrás apenas da Petrobras. Hoje é a quinta. Estão à
sua frente a cervejaria Ambev, os bancos Itaú e Bradesco e a Petrobras. Entre
os fatores que explicam a desvalorização da Vale, está o fim do superciclo de
commodities. O minério de ferro, principal matéria-prima da Vale, está cotado
abaixo dos US$ 70. Em seu auge, a commodity esteve perto de US$200.
Neste ano, o minério de ferro acumula queda de
quase 50%. A desaceleração da China e o excesso de oferta da commodity
combinada à diminuição na demanda fizeram com que os preços alcançassem a mínima
de mais de cinco anos. “Temos de estar focados em disciplina, alocação de
capital e austeridade para obter resultados em qualquer situação”, afirmou
recentemente o presidente da Vale, Murilo Ferreira.
O executivo tem afirmado que a empresa se preparou
nos últimos anos para enfrentar o que ele chama de “momento menos exuberante” na
mineração. Uma das estratégias, desde que Ferreira assumiu, tem sido cortar
custos. Os gastos gerais administrativos da Vale, por exemplo, passaram de US$
2,3 bilhões, em 2011, para US$ 900 milhões, estimados para o fim de 2014. Os gastos
com pesquisa e desenvolvimento também tiveram uma queda: de US$ 1,7 bilhão para
US$ 800 milhões, no mesmo período.
Os investimentos da mineradora brasileira também
serão menores ao longo dos próximos anos. Em 2011, por exemplo, a Vale investiu
US$ 16,3 bilhões. Neste ano, a estimativa é de US$ 12 bilhões. Em 2019, a
estimativa é de investir US$ 4,9 bilhões. As informações são da revista Istoé
Dinheiro.
O NOVO CODIGO DA
MINERAÇÃO
Governo pretende
aprovar novo Código de Mineração em 2015, diz Lobão
O ministro de Minas e Energia (MME), Edison Lobão,
afirmou que o governo espera aprovar o novo Código de Mineração no ano que vem.
A declaração foi feita hoje (23) durante entrevista com jornalistas em Brasília
(DF). Lobão confirmou que deixará o ministério e retomará ao Senado no início
de 2015.
Segundo o ministro, sua passagem pelo MME terá a
frustração de não ter refeito o marco regulatório do setor mineral. A medida
tem a previsão de aumentar o pagamento de royalties da extração de minério, mas
acabou não votada, segundo Lobão, por pressão das empresas. "Todos
reclamam. É da natureza humana. Mas a pergunta é: estão fora do setor ou dentro
dele? Quando vamos ver os leilões, sempre há interesse", disse.
O Congresso Nacional entra em recesso nesta
terça-feira, permanecendo sem atividades até fevereiro do ano que vem, adiando
a votação de vários projetos para 2015. Entre eles, está o projeto de lei que
propõe o novo marco regulatório para o setor de mineração. A proposta original
foi apresentada na forma de Projeto de Lei pelo poder executivo em meados de
junho de 2013.
O PL inclui a atualização do Código de Mineração, a
criação da agência Nacional de Mineração (ANM) e a formação do Conselho
Nacional de Política Mineral (CNPM). O atual Código de Mineração (Decreto-Lei
227/67) foi publicado durante o regime militar. Para atualizá-lo, o governo federal
enviou ao Congresso Nacional uma nova proposta (PL 5807/13), que se juntou a
outros seis projetos de lei (PL 37/11 e apensados) sobre o assunto que já
tramitavam na Câmara dos Deputados desde 2011. Durante a entrevista, Lobão
anunciou que deixará o cargo no próximo dia 1º de janeiro com a certeza de que
o Brasil não passará por um racionamento.
“Não tivemos e não teremos racionamento, temos
energia sobrando”, disse. Segundo o ministro, o Brasil deve terminar 2014 com
expansão de 7 mil megawatts (MW) em seu parque de geração de eletricidade,
acima dos 6 mil MW previstos. Lobão afirmou que a decisão de não fazer nenhum
tipo de racionamento ou campanha de racionalização de energia diante da crise
do setor neste ano foi tomada com base em decisões de técnicos do governo, que
não viam risco de colapso do sistema, apesar de recomendações de técnico do
setor para isso. Ele não considera que o sistema de bandeiras, que vai vigorar
a partir de 2015, seja um processo de racionalização. De acordo com o ministro,
o custo a mais de energia pago pelos consumidores neste ano seria quase o dobro
se o governo não tivesse tomado as medidas para reduzir o preço da energia em
2012.
Para ele, o custo maior é melhor do que ficar sem
energia. "Não se pode é não ter [energia]. O custo é lamentável, mas não
ter é pior", disse Lobão.
.
Edison Lobão, ex- ministro de Minas e Energia. Agência
Brasil
Com informações das agências Bloomberg,
Reuters e Folhapress
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