Uma cidade agoniza
As cidades e a
mineração
Insistimos
em dezenas de posts, em análises e previsões de fim, de graves distorções e de grandes
prejuízos e perdas para a sociedade, investidores e pioneiros de Parauapebas. Fomos
solenemente ignorados e ainda agora, com a melhor expertise sobre Parauapebas,
continuamos sendo ignorados. Nossos posts repercutem no mundo inteiro e aqui,
até agora ninguém, nenhuma autoridade ou liderança buscou nos ouvir. Por que
será? ACIP, CDL, VALE, Grandes empresários, lojas, hotéis? Lideranças políticas?
Apenas o Unique Shopping nos procurou e com nosso estudo, deram o fora em
tempo. Somos Exclusiva. Somos audaciosamente on demand. CONHECEMOS PARAUAPEBAS.
CONHECEMOS O SUL/SUDESTE DO PARÁ. CONHECEMOS O ESTADO DO PARÁ. Temos análises,
ideias, projetos e soluções locais.
Assistimos
ao rito final de passagem da cidade de Parauapebas, de pujança econômica para a
mendicância. Foram quase trinta anos de expressiva arrecadação do CFEM e muita
desordem com esses recursos. Assistimos ao inchaço da cidade: de pouco mais de
60 mil pessoas em 1996 para quase 300 mil atualmente. Oportunidades de discutir
e até implementar novos clusters foram perdidas e agora, tardiamente nos deparamos
com o clássico, o que fazer?
Aproxima-se
da última pá a tal jazida para quatrocentos anos. Seria muito tempo, primeiro foram
as indagações do The Washington Post e depois a saída cotidiana das pessoas que
não tem mais o que fazer aqui.
A
VALE acredita já que tentou algumas vezes e faltou justamente infraestrutura,
que entendiam ser obrigação dos executivos eleitos. Primeiro, o distrito de
suporte a mineração, segundo o distrito de formação mineral. Não vingaram, à compressão
da mineradora por falta de empenho dos homens de Parauapebas.
Ocorre
que as cidades onde se tem a exploração mineral, todas estão em situação
falimentar. Estudos recentes demonstram que todas eles tem conceito baixo e
zero em quesitos que suprem sua população de direitos básicos – e aqui falamos
de esgoto sanitário, agua tratada, escola, mobilidade e saúde.
Passados
quase trinta anos de expressiva exploração mineral Parauapebas padece de males
aparentemente incuráveis e agora mesmo estamos à beira da falência total de
todos os órgãos: não se trata apenas da queda do preço da commodity nas praças
financeiras, os sucessivos recordes de exploração, preparação embarque
continuam a serem batidos, falamos da péssima aplicação e das exigências para
essa mesma aplicação desses vultosos recursos que nunca foram exigidos ou
apresentados. Não foi diferente em Minas, Peru, China, não será diferente em
nenhuma outra localidade, os homens são meros perfis.
Temos
uma visão para a VALE e para a sociedade local nessa encruzilhada: o que faremos agora que todos os recursos
foram explorados e embarcados e fica no tempo todas as possibilidades do antes,
do tentado, das escaramuças e tempo perdido.
Temos
uma visão que uma parceria com a VALE SERIA a melhor saída. Senão a única
saída. Não carimbamos sequer possiblidade de resolver, de valorizar nossa
experiência nesse tempo.
Primeiro,
precisamos obter o aval, apoio e decidida participação da VALE na constituição
de uma poupança conjunta, o Fundo de Manutenção Econômica, cuja constituição
seria parte dos recursos VALE e parte de recursos da cidade,
Segundo
a atração para a cidade de empresas sustentáveis, onde pensamos um distrito de produtos
renováveis tais como a indústria da energia solar, eólica, a agricultura
familiar distribuída, a aquisição legal da produção local, a implantação da
indústria turística de observação natural de selva, o museu do homem e diversas
outras reposicionamentos econômicos e de visão renovadora e sustentável.
O
lema seria reconstrução e renovação não mineral.
Porque
com o desastre ocorrido nos últimos quatro anos em que assistimos a destruição
ordenada de todos os parâmetros de civilidade, respeito ao ordenamento jurídico
e crimes qualificados na gestão, ficamos definitivamente sem lideranças capazes
de sequer entender o vácuo estabelecido. As pessoas estão de saída,
anestesiadas e o restante já conformados. Andar pela antes vibrante, agora
deserta Parauapebas, é um exercício de resignação e fé. O silencio impera.
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