sábado, 3 de dezembro de 2016

Na Amazônia mineral, uma cidade agoniza



Uma cidade agoniza
As cidades e a mineração

Insistimos em dezenas de posts, em análises e previsões de fim, de graves distorções e de grandes prejuízos e perdas para a sociedade, investidores e pioneiros de Parauapebas. Fomos solenemente ignorados e ainda agora, com a melhor expertise sobre Parauapebas, continuamos sendo ignorados. Nossos posts repercutem no mundo inteiro e aqui, até agora ninguém, nenhuma autoridade ou liderança buscou nos ouvir. Por que será? ACIP, CDL, VALE, Grandes empresários, lojas, hotéis? Lideranças políticas? Apenas o Unique Shopping nos procurou e com nosso estudo, deram o fora em tempo. Somos Exclusiva. Somos audaciosamente on demand. CONHECEMOS PARAUAPEBAS. CONHECEMOS O SUL/SUDESTE DO PARÁ. CONHECEMOS O ESTADO DO PARÁ. Temos análises, ideias, projetos e soluções locais.









 

Assistimos ao rito final de passagem da cidade de Parauapebas, de pujança econômica para a mendicância. Foram quase trinta anos de expressiva arrecadação do CFEM e muita desordem com esses recursos. Assistimos ao inchaço da cidade: de pouco mais de 60 mil pessoas em 1996 para quase 300 mil atualmente. Oportunidades de discutir e até implementar novos clusters foram perdidas e agora, tardiamente nos deparamos com o clássico, o que fazer? 

Aproxima-se da última pá a tal jazida para quatrocentos anos. Seria muito tempo, primeiro foram as indagações do The Washington Post e depois a saída cotidiana das pessoas que não tem mais o que fazer aqui.

A VALE acredita já que tentou algumas vezes e faltou justamente infraestrutura, que entendiam ser obrigação dos executivos eleitos. Primeiro, o distrito de suporte a mineração, segundo o distrito de formação mineral. Não vingaram, à compressão da mineradora por falta de empenho dos homens de Parauapebas.

Ocorre que as cidades onde se tem a exploração mineral, todas estão em situação falimentar. Estudos recentes demonstram que todas eles tem conceito baixo e zero em quesitos que suprem sua população de direitos básicos – e aqui falamos de esgoto sanitário, agua tratada, escola, mobilidade e saúde.

Passados quase trinta anos de expressiva exploração mineral Parauapebas padece de males aparentemente incuráveis e agora mesmo estamos à beira da falência total de todos os órgãos: não se trata apenas da queda do preço da commodity nas praças financeiras, os sucessivos recordes de exploração, preparação embarque continuam a serem batidos, falamos da péssima aplicação e das exigências para essa mesma aplicação desses vultosos recursos que nunca foram exigidos ou apresentados. Não foi diferente em Minas, Peru, China, não será diferente em nenhuma outra localidade, os homens são meros perfis.

Temos uma visão para a VALE e para a sociedade local nessa encruzilhada:  o que faremos agora que todos os recursos foram explorados e embarcados e fica no tempo todas as possibilidades do antes, do tentado, das escaramuças e tempo perdido. 

Temos uma visão que uma parceria com a VALE SERIA a melhor saída. Senão a única saída. Não carimbamos sequer possiblidade de resolver, de valorizar nossa experiência nesse tempo.

Primeiro, precisamos obter o aval, apoio e decidida participação da VALE na constituição de uma poupança conjunta, o Fundo de Manutenção Econômica, cuja constituição seria parte dos recursos VALE e parte de recursos da cidade, 

Segundo a atração para a cidade de empresas sustentáveis, onde pensamos um distrito de produtos renováveis tais como a indústria da energia solar, eólica, a agricultura familiar distribuída, a aquisição legal da produção local, a implantação da indústria turística de observação natural de selva, o museu do homem e diversas outras reposicionamentos econômicos e de visão renovadora e sustentável.

O lema seria reconstrução e renovação não mineral.

Porque com o desastre ocorrido nos últimos quatro anos em que assistimos a destruição ordenada de todos os parâmetros de civilidade, respeito ao ordenamento jurídico e crimes qualificados na gestão, ficamos definitivamente sem lideranças capazes de sequer entender o vácuo estabelecido. As pessoas estão de saída, anestesiadas e o restante já conformados. Andar pela antes vibrante, agora deserta Parauapebas, é um exercício de resignação e fé. O silencio impera.

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