Desemprego
é maior entre jovens de 14 a 24 anos, diz Ipea
- 05/05/2017 14h49
- Brasília
Heloisa
Cristaldo – Repórter da Agência Brasil
Moradores da região Norte, pessoas com nível
intermediário de educação (que já completaram o ensino fundamental, mas ainda não o
médio) e os jovens foram os que mais perderam emprego no país, em 2016, segundo
a 62ª edição do Boletim Mercado de Trabalho, divulgado hoje (5) pelo Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O documento mostra que, entre os jovens de 14 a 24
anos, o valor médio das taxas de desemprego trimestrais subiu de 20%, em 2015,
para 27,2%, em 2016. Entre os adultos de 25 a 59 anos e os mais idosos, acima
de 60 anos, também houve elevação no valor médio das taxas de desemprego
trimestrais para o ano de 2016.
Para os adultos, a variação das taxas de
desemprego, entre 2016 e 2015, foi de 2,2 pontos percentuais, fechando o último
trimestre de 2016 com a taxa em 9,1%. Para a população mais idosa, a variação
foi de 1,1 ponto percentual, chegando a 3,4%.
No recorte por regiões, o Nordeste apresentou as
maiores taxas de desemprego em 2016, chegando a 14,4% no último trimestre.
Com relação à escolaridade, a evolução mais
significativa foi registrada entre estudantes com ensino fundamental completo e
médio incompleto, com um crescimento de 4,7 pontos percentuais na taxa de
desemprego entre o quarto trimestre de 2016 e o mesmo período de 2015, quando a
taxa passou de 12,2% para 16,9%.
Os trabalhadores por conta própria mantiveram uma
trajetória de crescimento, com variação de 1,25% na média de 2016 em relação a
2015.
Os demais grupos registraram queda nos respectivos
níveis de ocupação, com exceção dos militares/estatutários, que cresceram 0,65%
no período analisado. Os trabalhadores com carteira e sem carteira assinada
apresentaram queda de 3,72% e 0,35%, respectivamente.
Cenário
Segundo o boletim, o “cenário de queda no nível de
atividade, em 2016, liderou o comportamento do mercado de trabalho, que teve
piora nos indicadores de ocupação e desemprego”.
Por outro lado, a informalidade e o rendimento do
trabalho apresentaram uma evolução “um pouco menos preocupante, sinalizando que
o processo de deterioração desses indicadores estaria perdendo fôlego”, segundo
o boletim.
O documento foi elaborado para avaliar o
comportamento do mercado de trabalho brasileiro em 2016, com base nos dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando o
desempenho nos últimos anos.
O instituto leva em conta ainda as informações da pesquisa do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
O valor médio das taxas de desemprego trimestrais,
em 2016, foi de 11,51%, enquanto que, em 2015, a taxa foi de 8,52%. “O contexto
continuou sendo de queda no nível de atividade e de inflação elevada. Este
cenário ditou o tom do comportamento do mercado de trabalho naquele ano, que
registrou uma piora sensível nos seus principais indicadores, com destaque para
um aumento pronunciado da taxa de desemprego”, informa o boletim.
Remuneração
O rendimento real do brasileiro registrou um valor
médio de R$ 1.978 em 2016, queda de 2,5% comparado ao ano anterior. Os homens
tiveram a dminuição de 3,3% entre os anos de 2015 e 2016, enquanto as mulheres
tiveram perda de 1% no rendimento, no mesmo período.
Os mais jovens (14 a 24 anos) apresentaram a maior
queda (de 3,6%) no rendimento médio real no ano 2016 em relação ao ano
anterior. Os adultos e os mais velhos também registraram queda no ano anterio,
de 3,0% e 2,9%, respectivamente, em relação à média do ano de 2015.
O boletim aponta que a informalidade registrou
taxas semelhantes em 2016 e 2015, sem apresentar uma tendência de aumento ao
longo de 2016.
Reversão de cenário
O boletim indica que os primeiros meses de 2017
apontam para a reversão desse cenário e tem “encorajado os analistas a
projetarem para esse ano o fim do quadro recessivo no nível de atividade e
inflação em queda”. Segundo o Ipea, caso os prognósticos sejam confirmados, é
possível que o mercado de trabalho tenha tenha recuperação ainda este ano.
Edição: Maria
Claudia
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