Ruby Bridges: a história de uma menina que enfrentou o racismo de todo
um país
A História de Ruby Bridges
Em 1960, a Suprema Corte americana ordenou que
todas as escolas públicas do país cessassem a segregação racial e passassem a
integrar alunos negros em suas salas de aula. Neste contexto, a família da
garota Ruby Bridges decidiu matriculá-la em um colégio “All White” de Nova
Orleans, chamado William Frantz. Seu pai era relutante, mas a mãe disse que a
mudança era necessária não apenas por uma melhor educação para sua filha, mas
também para “dar um passo a frente à todas as crianças afro-americanas”.
Temendo algum tipo de represália, seus pais pediram escolta da polícia local, para que Ruby pudesse ir à escola em segurança. Para surpresa (nem tanto) da família, a polícia da cidade recusou o pedido, e disse que não ajudaria na segurança da garota. Com isso, a presença dos oficiais federais foi solicitada e, assim, a menina pôde caminhar de sua casa até à escola (é esta a cena que a pintura de Normam faz referência). Chegando no colégio, uma multidão de pais enfurecidos protestavam contra a presença da negra no colégio. Insultavam e, até mesmo, ameaçavam a integridade física da família Bridges.
Quando perceberam que a inclusão da garota no
colégio era inevitável, os pais dos alunos brancos resolveram entrar no colégio
e retirar seus filhos do local; os professores também se recusaram a ensinar a
garota. Barbara Henry, uma jovem docente, foi a única que se mostrou disposta a
ser professora de Ruby e, com isso, a criança resolveu continuar no colégio,
mesmo com tantas manifestações contra.
Durante todo o ano letivo, Ruby era ensinada em uma
classe que só tinha ela como aluna. Nos primeiros dias conviveu com ameaças de
morte, inclusive por funcionárias do colégio, que ameaçavam envenenar sua
comida. Os agentes federais decidiram que a garota só poderia consumir
alimentos trazidos de casa pela própria aluna. Outra funcionária colocou uma
boneca negra em um caixão de madeira e protestou com ela fora da escola.
A família de Bridges sofreu com todo este processo:
seu pai perdeu o emprego, e seus avós (que eram meeiros no Mississippi) foram
desligados de suas terras. O acontecimento, porém, possui alguns bons exemplos.
A comunidade negra, com alguns poucos integrantes brancos opostos ao racismo,
tentaram ajudar. Um vizinho conseguiu outro emprego para seu pai. Além disso,
algumas famílias brancas continuaram a enviar seus filhos ao colégio.
A pintura
A pintura abaixo, do artista norte-americano Norman
Rockwell, é denominada “The Problem We All Live With” (O problema com que todos
nós vivemos). Ela retrata um episódio emblemático, ocorrido nos EUA em 1960 e
protagonizado pela menina Ruby Bridges, na época com apenas 6 anos de idade. Esse
quadro atualmente está na Casa Branca e é motivo de orgulho para o presidente
Barack Obama que sempre menciona a história de Ruby como inspiração pessoal.
Em 1998, foi lançado em Hollywood o filme “A
História de Ruby Bridges” que, mesmo de uma maneira mais dramatizada, retrata
de maneira bem satisfatória o episódio de 1960.
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